OMS alerta que cerca de 15% dos trabalhadores no mundo têm transtornos mentais
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que cerca de 15% dos trabalhadores adultos no mundo apresentam algum tipo de transtorno mental. A entidade, junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT), cobra ações concretas para abordar questões relacionadas à saúde mental e o mercado de trabalho.
A estimativa de ambas as organizações é que diagnósticos de depressão e ansiedade custam à economia global algo em torno de US$ 1 trilhão anualmente.
“Diretrizes globais da OMS sobre saúde mental no trabalho recomendam ações para enfrentar riscos como cargas de trabalho pesadas, comportamentos negativos e outros fatores que geram estresse no trabalho”, destacou a agência especializada em saúde.
Pela primeira vez, a OMS recomenda, por exemplo, treinamento gerencial para que se desenvolva a capacidade de prevenir ambientes de trabalho estressantes, além de habilitar gestores para responder a casos de trabalhadores com dificuldades no âmbito da saúde mental.
“O bullying e a violência psicológica [também conhecida como mobbing] são as principais queixas de assédio em local de trabalho, com impacto negativo na saúde mental. Entretanto, discutir ou dar visibilidade à saúde mental permanece um tabu em ambientes de trabalho de todo o mundo”, alerta a instituição.
OMS e OIT pedem novas medidas para lidar com problemas de saúde mental no trabalho
Com este cenário, a OMS e a OIT pediram ações concretas para abordar os problemas de saúde mental da população trabalhadora. Neste sentido, há duas novas publicações, que visam abordar esta questão: Diretrizes da OMS sobre saúde mental no trabalho e um resumo de política derivado da OMS/OIT.
As diretrizes globais da OMS sobre saúde mental no trabalho recomendam ações para enfrentar os riscos à saúde mental, como cargas de trabalho pesadas, comportamentos negativos e outros fatores que criam angústia no trabalho. O Relatório Mundial de Saúde Mental da OMS, publicado em junho de 2022, mostrou que, de um bilhão de pessoas vivendo com um transtorno mental, em 2019, 15% dos adultos em idade ativa sofreram um transtorno mental. O trabalho amplifica questões sociais mais amplas que afetam negativamente a saúde mental, incluindo discriminação e desigualdade.
As diretrizes também recomendam melhores maneiras de acomodar as necessidades dos trabalhadores com problemas de saúde mental, propor intervenções que apoiem seu retorno ao trabalho e, para aqueles com problemas graves de saúde mental, fornecer intervenções que facilitem a entrada no emprego remunerado. É importante ressaltar que as diretrizes exigem intervenções voltadas para a proteção dos trabalhadores da saúde, humanitários e de emergência.
“É hora de focar no efeito prejudicial que o trabalho pode ter em nossa saúde mental”, disse o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “O bem-estar do indivíduo é motivo suficiente para agir, mas a saúde mental precária também pode ter um impacto debilitante no desempenho e na produtividade de uma pessoa. Essas novas diretrizes podem ajudar a prevenir situações e culturas de trabalho negativas e oferecer proteção e apoio à saúde mental muito necessários para os trabalhadores”.
Revista Proteção