Setembro Amarelo: cuidar da saúde mental dos trabalhadores é fundamental
De acordo com a Previdência Social, cerca de 75 mil trabalhadores estiveram em licença saúde por depressão, no último ano. Cerca de 38% das licenças médicas por transtorno mental no Brasil são motivadas pela depressão, sendo a maior responsável pelos casos de suicídio. Diante desses números, precisamos estar atentos à saúde mental dos nossos trabalhadores. Já não cabe mais a preocupação somente com os riscos físicos.
No contexto da vida, o trabalho se faz necessário como meio de crescimento pessoal e para sustento, gerando anseios de um mundo melhor para si e para a família, ao mesmo tempo em que deve ter mitigadas suas mazelas e as frustrações que surgem de uma promoção que não acontece, de um aumento que não se materializa ou mesmo da ausência de um incentivo ou agradecimento por uma tarefa bem resolvida.
É preciso entender que o trabalhador, ao se apresentar para o trabalho, pode trazer preocupações externas e, desta forma, entrará na cadeia laboral podendo ter sua concentração e atenção diminuídas. Por isso, um canal de diálogo aberto se faz necessário. Queixas como cansaço excessivo, dor de cabeça frequente, falta de sono, desânimo, sentimentos de fracasso, falas como “não sirvo mais para nada” ou “ só atrapalho”, e uso de bebida alcoólica cada vez em maior quantidade e frequência, não devem ser desprezados.
Vamos romper com o estigma de conversar sobre saúde mental e acompanhar de perto os nossos trabalhadores.
Gestores, e na nossa indústria, em especial, área de segurança do trabalho, mestres de obras e encarregados, vocês são fundamentais! Podemos e devemos auxiliá-los.
Campanhas motivacionais, incentivos à prática de atividade física, ao lazer, à leitura pelas empresas, são ações bem-vindas. Uma conversa com cinco minutos de atenção não atrapalha a produção e pode fazer toda a diferença.
Neste contexto, auxiliando as empresas a elaborarem essas abordagens, lembre-se que o Seconci-Rio, por meio do seu serviço social e profissionais de saúde, está à disposição.
Por Gilda Maria, gerente médica de saúde do Seconci-Rio